quarta-feira, 6 de abril de 2011

A IV

Chamem-me céptica, chamem-me pessimista, chamem-me o que quiserem...
É talvez derivado da minha formação mas, tenho o péssimo hábito de tentar encontrar os fundamentos das questões com que me deparo. Aqui, a questão é a IV. Assim mesmo, sem delimitações, sem sub-capitulos ou sub-temas. É assim mesmo, a IV como um todo.
Ao longo dos anos fui-me apercebendo de como gira este relógio não porque me ensinaram ou porque se preocuparam mas sim pelas frustrações e limitações com que me deparei ao longo do tempo.
Comecei a achar que remar contra a maré não valia a pena, mas também nunca me sentei e me deixei ir com as ondas, andei sempre junto à costa, seguindo o meu próprio caminho e crescendo no caminheirismo como sempre entendi. Felizmente, e graças a todas as outras regiões e um ou outro dirigente que têm levado comigo ao longo destes anos seja em formações ou ETC's consegui seguir o caminho mais correctamente possível.
Passei por todas as fases: ignorar um tal de departamento regional da IV, pensar na possibilidade de lutar por uma secção, ignorar por completo a secção a nível regional e, mais recentemente, tentar unir esforços (porque é dificil levar um navio a bom porto quando estamos sozinhos) para tentar criar algo como a "IV Regional". Por fim, tornei-me descrente.

Por aqui, parecemos todos cópias desses políticos falhados que querem produzir leite mas não sabem o que come a vaca ou, trocando por miúdos: queremos tanto ter caminheiros que nem sabemos qual o problema estrutural do caminheirismo nesta região. Achamos que a velha máxima do "está mal? muda-se" ainda está na moda e, meus caros, foi graças a essas mentalidades que estamos mergulhados numa profunda crise e vivemos num país completamente desacreditado no resto do mundo. O "está mal? muda-se" passou à história, aqui as perguntas deviam ser: está mal? Porquê? O que está a falhar? Qual é, afinal o problema estrutural que assola esta secção a nível regional há anos sem fim? Que medidas falharam? Agora sim, que medidas adoptar? O que mudar?
Falar é fácil, bem sei mas, já tive tempo suficiente para meter as mãos na consciência e conseguir resposta a todas estas questões.

Nesta região não mudamos, nem tentamos mudar, acomoda-mo-nos e é isso que me destrói e torna ainda mais profunda a minha descrença. O problema está a todos os níveis se bem que incomodam-me os dirigentes com tantas filosofias e poucas acções, ou acções que não valem a pena nem têm força para mudar o rumo da água. Mas, acima de tudo incomodam-me aqueles que se auto-intitulam caminheiros, aqueles que envergam um lenço vermelho sem saberem muito bem como foi lá parar, aqueles que de vez em quando vimos por aí a vaguear e nos perguntamos "é caminheiro?", "ainda tá nos escuteiros?" e alguém nos diz: "sim, ele é caminheiro". NÃO, não é, lamento desiludir-vos. Aquele que a partir dos 18 anos acha que se pode sentar num café e assim fazer caminho, não é caminheiro. O caminho não se faz assim meus caros e, quando descobrirem chamar-lhes-ei Caminheiros, com "C" maiúsculo e incluir-vos-ei naquele pequeno grupo restrito de irmãos Caminheiros que tenho nesta região que, infelizmente, duas mãos chegam e talvez sobrem para os contabilizar.

Um dia, espero que as minhas mãos não cheguem mas hoje, espera-me a descrença naquela que é a secção que mais me deu e aquela onde mais dei (e olhem que passei por todas!). Hoje faltam-me as forças para lutar, faltam-me forças para sequer acreditar numa mudança (impossível a curto prazo, o problema estrutural desta secção requer uma mitigação a longo prazo). Hoje, deparo-me com a indecisão de esperar para ver ou avançar na minha jornada.
Se avançar nesta jornada, será que quero entrar nesse relógio que não sabemos muito bem quantas vezes ao dia está certo, ou será que quero ficar apenas sentada, levar-me finalmente na maré, ou talvez continuar a ser "a suspeita do costume"?

Bia
581 St André

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

São Paulo 2011

As inscrições para o São Paulo 2011 (Regiões de Beja, Évora e Santarém) estão oficialmente abertas e podem ser acedidas AQUI.

O imaginário que envolve a actividade são os Cavaleiros da Ordem de Sant'iago. 

A restante documentação poderá ser vista AQUI

Arrisca, se fores capaz!

sábado, 18 de dezembro de 2010

Comunicado Pessoal

Venho por este meio anunciar publicamente que não estou de qualquer maneira associada a nada que diga respeito a listas e eleições e afins.
Não estou, nem nunca estive associada a nada onde o meu nome não constasse (leia-se, o meu próprio blog, o blog dos caminheiros do meu agrupamento e este mesmo blog).
Bem sei que somos todos escuteiros e irmãos, mas infelizmente somos humanos e existem facções, quer as queiramos ou não, quer nos apercebamos delas ou não.
Estamos em tempo de eleições e irrita-me profundamente que nesta altura, mais que em qualquer outra, se utilizem meias palavras.
Não gosto de meias-palavras, sabem?
Não gosto que me digam as coisas por metade e gosto muito menos de ir rebuscar palavras porque não posso dizer "sabe-Deus-o-quê".
Não anunciarei qualquer linha de voto, ou de pensamento. Somos todos crescidos.
Como tal, parece-me sensato anunciar publicamente a minha não vinculação a nada nem a ninguém, seja pela internet ou por qualquer outro meio.
Lamento ter de utilizar o facebook e este blog para o fazer.

Lamento ainda mais que se discutam com mais força lugares à secretária do que sorrisos de crianças.

Beatriz Nunes
Agrupamento 581 Santo André

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

JR


Boa tarde pessoal,

Está próximo o prazo limite de entrega de listas para a nossa Junta Regional.
Podem aceder ao Calendário Eleitoral aqui.

Apelamos à participação de todos nestas eleições mas, principalmente, dos caminheiros. Façam-se notar! E, isso só é possível com a participação de cada um de nós.

Votem, sempre em consciência, e exerçam um direito que é tanto vosso.

Canhota,

Beatriz Nunes

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Num cinema perto de si,


Quando me passo, dá nisto! Não levem a mal nem a bem, foi pura e simplesmente um devaneio de horas tardias.
É também para (re)lembrar que, da minha parte, o esforço não foi esquecido e, brevemente, irão sair novidades fresquinhas, fresquinhas!

Canhota,

Bia,
Agrupamento 581 St André

sábado, 30 de outubro de 2010

Jota-Joti

No fim de semana de 16 e 17 deste mês decorreu, em Ferreira do Alentejo, o Jamboree no Ar.
Totalmente convencida que não seríamos mais de dez caminheiros, deparei-me precisamente com o contrário. Aos Caminheiros que apareceram, acima de tudo, obrigada. Depois de uma grande ausência da IV na Região, acho que posso dizer que veio para ficar! Aos PIL's, espero sinceramente que se tenham sentido bem-vindos! :)
No Sábado, após a abertura de campo e afins (café! cof*cof*), fizemos Serviço num lar de Ferreira do Alentejo e partilhámos a nossa experiência (que foi muito pouca) na rádio local. À noite fizemos um pequeno raid de cerca de 12km e dormimos em frente ao mercado, nada mais nada menos que em plena via pública. No Domingo de manhã regressámos a campo, almoçámos e dirigimo-nos à Igreja para a missa.
Não podemos dizer que foi uma actividade extraordinária mas, tendo em conta que foi planeada pelo CIP, estão no bom caminho.
Sem mais nada a acrescentar, espero ver a IV da Região de Beja no Quo Vadis!

PS: Se alguém tiver fotos, enviem-me para poder publicar aqui no blog.


Canhota, Filipa (Agrupamento 581)

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Rover 2010

Em Agosto, seis de nós rumaram até Coimbra para participarem no Rover 2010.
Para alguns, a primeira actividade de IV a nível nacional, para outros, o reencontro com muitas caras amigas, para todos, uma actividade fascinante.
O 1º dia desenrolou-se na cidade de Coimbra, pavilhões universitários, Jardim da Sereia, Jardim botânico, calor, Praça da Canção, transportes públicos, enfim.. um dia comprido.
E como "Coimbra tem mais encanto na hora da despedida", no fim do 1º dia lá partimos nós rumo ao desconhecido. Eram cerca das 23h30 quando a fantástica Tribo Zeca Afonso deu inicio ao seu raid. Caminhámos durante toda a noite, visitámos sítios lindíssimos e, na aurora do 2º dia avistámos o nosso ponto intermédio na localidade de Orvalho, passámos o dia com os Bombeiros (agradecemos o banho de agua quente) e, ao entardecer, mochila às costas, protector solar, coletes e continuámos o raid. Passámos por Janeiro de Baixo e invejamos aquela praia fluvial, chegamos a Janeiro de Cima e aí começamos a sentir os primeiros sinais de cansaço, devido ao sono, ao calor, aos quilometros percorridos, aos que ainda teriamos de percorrer mas, acima de tudo, à grande desnivelação de terreno que ainda tinhamos pela frente.
Para mim, não foi dos raids mais duros, mas a combinação de factores fez com que a ultima parte do raid tenha sido uma das mais dificeis da minha vida.
Enfim... Serra acima, serra abaixo, ao anoitecer chegámos finalmente à zona de Dornelas do Zezere, dormimos e passamos o 3º dia a confraternizar num café perto de DZ, com habitantes locais e outros caminheiros que, tal como nós, aguardavam a hora de entrada em DZ.

Já em DZ no final do 3º dia fomos recebidos de uma maneira inexplicável tanto pela chefia de Povo como pelos habitantes locais (obrigada especial ao presidente da junta, o homem é o máiór!)
No 4º e 5º dias metemos mãos à obra e fizemos todo o restauro do parque infantil, tivemos imenso trabalho, desde arranjos mais especializados, a pinturas, a simples trabalhos de jardinagem. Trabalhámos incansavelmente e o Parque Infantil voltou a brilhar.
Nesses dias tivemos também o fogo de conselho de Povo (adorei as espadas do Star-trek!) e na 6ª feira fomos para a Eucaristia numa localidade perto de DZ onde fomos recebidos da melhor maneira, tivemos direito a porco no espeto, feijoada, pão e tantas iguarias mas, acima de tudo aquilo que é palpavel, guardo no meu coração o carinho e a alegria que aquelas pessoas tiveram por nós. Isso sim, perdurará para sempre no tempo.
No 6º dia, rumámos ao campo do Rover, na Barragem de Santa Luzia, escusado será dizer que dominámos (Jacob! JUNTA-TE A NÓÓÓSSS E NUNCA ESTARÁS SÓ! JACOB!). Durante a tarde, participámos livremente em ateliers relativos ao novo sistema de progresso, tivemos uma pequena festa de encerramento com vista para a Barragem e, no domingo, a eucaristia e o regresso a casa.

Apesar do calor, da fome, do trabalho, das nódoas negras, os sorrisos estão em todas as fotos e, afinal de contas, foi uma das melhores actividades das nossas vidas.

Zeca Afonso ♥
Tribo Zeca Afonso, Check-In, Coimbra, Jardim da Sereia

Chegada a Orvalho, ponto intermédio do raid. 6h e tal da manhã do 2º dia (falta o Buda, o fotógrafo)


" E teremos sempre DZ " ♥

Jacob, o melhor Povo do Rover.
Naftali, a melhor família ♥





" E hoje gritaa... 
Serei Rover para SEMPRE...! "


Canhota,
Bia
581 Santo André